O Alentejo é conhecido pela rica tradição culinária, repleta de sabores tradicionais e receitas centenárias. Entre os muitos tesouros gastronómicos da região, está o Pão de Rala que se destaca como um doce que carrega consigo uma história tão doce quanto o sabor.
Originário de várias cidades alentejanas, com destaque para Estremoz e Évora, o Pão de Rala é uma iguaria que tem raízes nos conventos. A receita é uma obra-prima da doçaria conventual, tradicionalmente preparada pelas dedicadas freiras da região.
Ingredientes da receita
Os principais ingredientes deste doce são gemas de ovos, açúcar, raspas de limão, amêndoas e gila. Pode eventualmente levar chocolate e utiliza-se farinha como auxiliar de manipulação.
A combinação desses ingredientes resulta numa textura macia, sabor riquíssimo e aroma irresistível. O Pão de Rala é frequentemente moldado em pequenos bolos redondos e, por vezes, é decorado com uma amêndoa inteira ou açúcar em pó, conferindo um toque final de elegância.
A lenda do Pão de Rala
A lenda do Pão de Rala de Évora acrescenta um charme especial a esse doce. Diz-se que o jovem rei D. Sebastião fez uma visita inesperada às freiras do Convento de Santa Helena do Calvário, em Évora. Naquela tarde quente de junho, as freiras desejavam oferecer algo especial ao rei, mas só tinham “pão ralo,” azeitonas e água.
Apesar da simplicidade da refeição, o rei apreciou a hospitalidade e aceitou a oferta humilde. Em agradecimento, D. Sebastião atribuiu um subsídio ao convento.
As freiras, inspiradas por essa visita real e como forma de homenagear o rei, criaram o Pão de Rala, um doce que logo se tornou uma iguaria apreciada por muitos.
A história deste doce típico é um exemplo de como a criatividade culinária pode florescer a partir de ingredientes simples.
O Pão de Rala é uma representação do amor, gratidão e habilidades culinárias das freiras alentejanas.
Na visita ao Alentejo, tem de experimentar esse tesouro culinário e apreciar a deliciosa história que ele carrega consigo.